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Manifestações populares: até que ponto a participação do povo na política é determinante?

Por Valéria Santos

A constituição Federal, no artigo 5º, inciso IX determina que: “É livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientifica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. A partir dessa afirmação da Constituição Federal enxergamos o direito à liberdade que conquistamos em expressar nossas opiniões a respeito do que acontece na sociedade.

O cenário político brasileiro tem enfrentado uma crise política, crise essa, que nos afeta socialmente e economicamente. Enquanto seres políticos, precisamos estar engajados na ação democrática. Devemos repensar sobre como o modelo político atua e sobre o que queremos para o nosso país, é preciso estar atento às tentativas golpistas daqueles não querem outra coisa, senão o poder. Mas, acredito que, antes de pensar uma mudança na política, temos que analisar nossas próprias ações, e isso quer dizer que a mudança, primeiramente, deve partir de nós.

Infelizmente, a maioria dos cidadãos brasileiros tem dificuldade em compreender o cenário político e de se posicionar a respeito dos vários problemas enfrentados pelo país. As pessoas assumem certo posicionamento, muitas vezes influenciadas pela mídia, por grupos familiares e até por um certo “patriotismo” por determinados governos.

As manifestações populares têm se tornado cada vez mais frequentes, devido ao grave cenário político em que se encontra o país. Em 2013 aconteceram manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo. Após este episódio, começaram a surgir protestos defendendo várias outras causas, como: a punição da corrupção dentro da política e a precariedade dos serviços públicos. Logo depois vieram as manifestações contra os gastos da Copa do Mundo de 2014.

Nessas últimas semanas, estamos presenciando, por todo o Brasil, manifestações contra e a favor do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Mas até quando ir às ruas manifestar-se por determinada causa é resultado da politização de um povo e da noção mínima de tudo o que envolve o sistema político de uma sociedade? É claro que tem pessoas com posicionamentos definidos, pessoas que mostram as suas opiniões e defendem seus ideais. Mas, outra parte dessas pessoas é levada pelo mar de discussões, fica à deriva, e não pensa sobre que diz defender.

Precisa-se ouvir, entender, analisar, discutir, participar de forma efetiva dos processos políticos e construir um diálogo que estabeleça uma comunicação democrática entre povo e governo, a fim de que o brasileiro, enquanto cidadão, tenha voz ativa na política e uma compreensão real sobre seus posicionamentos acerca da mesma.

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