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O que era colorido jamais foi colorido

Por Analu Aguiar

Era uma menina como todas as outras, com sonhos e com desejo de conhecer o mundo. Num dia qualquer eles se conheceram, em uma escola. Ele era atencioso, educado, bonito, o que a encantou desde o primeiro momento em que se falaram. E ele se tornou seu melhor amigo.

Ela sempre gostava de conversar com ele, pois isso a fazia se sentir bem. Ele a apoiava e a encorajava a lutar sempre pelo melhor.

Os dias se passaram. A rotina deles mudou. Seus olhares não mais se cruzavam. O muro entre eles aumentava gradativamente e o coração de Marina estava entrando em desespero, pois ela já não sabia como seriam seus dias sem Pedro. Ela tinha medo, porque ele sempre a protegeu. Tentou cuidar dela como jamais alguém teria feito e, assim, conquistou sua confiança.

Marina não conseguia cortar pela raiz aquilo que já tinha aflorado em seu coração. Então, decidiu dar o primeiro passo para diminuir a distância que os separava. Pediu a uma colega que sempre se encontrava com Pedro para passar o número de seu telefone a ele.

Com o decorrer dos dias, a ausência de uma resposta começava a desanimá-la. Já tinha desistido de receber alguma mensagem ou ligação, quando o inesperado aconteceu. O celular vibrou e, com desalento, ela o tirou da bolsa. Era uma mensagem de Pedro. Ficou parada, enquanto lia e relia o texto que havia acabado de receber.

Os dois passaram a se falar pelo telefone e, ao ouvir a voz dele, ela sentiu uma leveza em seu coração. Algumas lágrimas desceram pelo seu rosto. Era a saudade que ela estava carregando tentando sair. Um momento mágico.

Eles passaram a conversar com freqüência pelo celular. Para Marina, os dias estavam cada vez mais coloridos. Seu coração vibrava apenas ao se lembrar do sorriso de Pedro.

Mais dias se passaram e, junto com eles, passaram também a delicadeza e o cuidado que Pedro tinha com Marina. Ele começou a tratá-la com frieza, se mostrando de outra forma, como se fosse outra pessoa, diferente do Pedro que ela conhecia. Aos poucos, ela foi obrigada a ver que ele não era tão colorido como pensava, mas, na verdade, apenas mais um apagado que tentava se camuflar. 

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