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CRISE POLÍTICA BRASILEIRA: A MÍDIA NO JOGO DE PODER

Por Karina Costa

É no mínimo desencorajador se deparar todos os dias com notícias relacionadas à bagunça na qual se encontra o cenário político atual. Claramente, a guerra política divide-se em apenas dois polos: “coxinhas” e “petralhas”. Cada um defendendo seus interesses pessoais. Portanto, é loucura responsabilizar um único partido por todos os problemas do país. Ou pior ainda, acreditar que tudo irá se resolver com o afastamento do atual governo.

                Durante momentos de crise como esse pelo qual passa o Brasil, fica ainda mais evidente o papel da mídia nesse jogo de poder. No meio dessa disputa, temos os veículos de comunicação, destruindo de uma vez por todas, a utopia da imparcialidade. Utilizando suas melhores armas, as palavras, deixam claro seu posicionamento político. Revistas como IstoÉ e Veja atacam de todo jeito a imagem da atual presidente Dilma Rousseff, inclusive, pelo fato de ser mulher.

              A edição 2417 da revista IstoÉ exaltou o estereótipo machista da mulher como ser desequilibrado emocionalmente, ao comparar a presidente do Brasil a Dona Maria I de Portugal, apelidada de “a Louca”. Alegando que Dilma teria perdido o “equilíbrio e as condições emocionais para conduzir o país”.

               Em pleno século XXI, ainda nos deparamos com uma sociedade que questiona a capacidade da mulher e impõe padrões a serem seguidos a fim de alcançar um modelo “ideal” de conduta feminina. Tudo isso, em uma tentativa de enfraquecer o atual governo e atender à necessidade das pessoas em apontar vilões e mocinhos. A mídia, sem dúvida, é a principal contribuidora para o reconhecimento desses personagens. Ao contrário da vilanização da presidente, personalidades como o juiz federal Sérgio Moro são construídas pela grande imprensa e consequentemente ovacionadas pela população. Camisetas e máscaras são utilizadas em sua homenagem, promovendo-o herói do povo.

             É inegável que a imprensa exerce grande influência no seu público. Por esse motivo, é de extrema importância para o funcionamento da sociedade a construção de um senso crítico. Pois, é através dele que somos capazes de formar opiniões e não cair no conformismo. Não estou dizendo que seja fácil, assumir posições é sempre delicado. Mas, acredito que seja o único caminho que vale a pena ser seguido.

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