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Memórias de hipocondria

Por Stéfane Rocha

Em uma conversa paralela com Julia sobre minhas últimas irritações, fui interrompida por ela com um apelido que me chocou: “Filha de Augusto dos Anjos”. Achei bonito, afinal, é um dos poetas que mais admiro. Ela sabe disso.

Porém, fiquei inquieta. O que tal apelido tem relação comigo? Pensei, pesquisei, não obtive respostas. Mais tarde, me explicou “Você é uma pessoa linda, mas há muito pessimismo por aí. Ah, e essa hipocondria toda? Não surte. Vá com calma.”

Um choque! Fiquei dias tentando absorver. Quando finalmente engoli a afirmação, aproximei mais de mim, conheci uma parte dessa personalidade perdida e com sombras de “boas vibrações”. O que acontece agora?

- Pausa no tempo para o decorrer de três meses. –

Agora? Acordo todos os dias com o apelido na cabeça. Tornou-se representativo. Foi sincero, criou marca, ficou preso nos pensamentos.Calma? Manter a calma.Tem sido assim. Mal sabe ela o quanto me encontro quando me perco em meio a essa memória.

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