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Nunca é cedo demais para ir à luta

Os jovens brasileiros tiveram grande influência nos movimentos de luta por direitos. Sejam trabalhistas, educacionais ou por liberdade de expressão, o engajamento político dessa parcela da população ganhou maior impulso na década de 80 com o movimento "Diretas Já" em 1983 em que o maior propósito era a instauração do voto direito para presidente, pois o país ainda permanecia com o voto indireto no período militar. Outro grande momento foi a partir da Constituição de 1988. Período em que ocorreram várias mudanças no quadro político, como por exemplo, a instauração do voto facultativo para jovens entre 16 e 18 anos.

Em 1992, ocorre um dos atos mais conhecidos envolvendo a juventude (em sua maioria estudantes), o movimento ''Caras pintadas''. Consistia, principalmente, no pedido de impeachment do então presidente, Fernando Collor de Melo, acusado de práticas corruptas. O movimento recebeu esse nome devido a representatividade das cores verde e amarelo pintadas nos rostos dos seus participantes. Certamente, não haveria melhor forma de expressar a insatisfação do povo brasileiro diante de determinadas atitudes por parte das autoridades políticas, pois deixaram à mostra a sua brasilidade e o quanto estavam dispostos a encarar os conflitos sociais.

Não se pode negar que, de fato, o movimento ''Caras pintadas'' surtiu efeito. Principalmente sobre as classes dominantes, que impunham de forma indireta a ideologia de que a classe dominada não tinha direito à expressão e participação ativa na política. Se em 1992 os jovens alcançaram seus objetivos, hoje a luta está longe de chegar ao fim. Esse fato é facilmente comprovado. Basta prestar atenção ao povo brasileiro que está inquieto frente aos escândalos envolvendo nossos representantes políticos atualmente.

As manifestações de 2013 comprovam que a maioria da população está apta a organizar uma defesa em prol de melhores condições de vida. Nesse mesmo ano, deu-se início a movimentos como o do grupo Movimento Passe Livre (MPL), formado majoritariamente por estudantes, que tinham como principal objetivo protestar contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo. Posteriormente, aderindo outras causas como o combate à corrupção e ao descaso com a saúde e educação públicas. A Folha de São Paulo em 20 de junho de 2013, teve como uma de suas manchetes: "Manifestações levam 1 milhão de pessoas às ruas em todo país", confirmando a dimensão da participação do povo.

Recentemente, houve também manifestações para assegurar um dos fatores de maior importância para um país, a educação , foi iniciada uma mobilização por parte de estudantes , pais e professores devido a uma decisão do Governo do Estado de São Paulo que pretende promover mudanças para reestruturar o ensino das escolas paulistas. Entre as medidas estaria a desativação de algumas unidades de ensino. De fato, não faltaria motivos para ir ás ruas, pode-se listar a demissão de professores e o distanciamentos de alguns alunos para lugares mais distantes .

Essas manifestações representaram a abertura de um novo ciclo de dinamismo entre a classe menos favorecida, que se propôs a expor seus anseios, principalmente político-sociais. Tudo isso acontece de forma politicamente organizada e envolvente no sentido cultural, trazendo uma grande carga de posicionamento. Porém, em oposição, temos grupos radicais que rompem com a expressão dos manifestantes pacíficos, à medida que os mesmos repudiam atitudes como a destruição de patrimônios públicos.

Uma coisa é ir em busca de direitos, outra é restringir através da destruição das cidades, que atinge até mesmo pessoas sem ligação com o acontecimento. Isso implica numa série de discussões e até mesmo um preconceito e resistência de forma generalizada. Em relação a esse tipo de protesto negativamente político o portal da Globo (g1.com) publicou dia 26 de junho ''Milhares fazem protesto pacífico, mas vândalos depredam em BH''.

Apesar de contextos e motivos diferentes, as lutas protagonizadas pelos jovens fazem parte de momentos históricos do Brasil que ficarão para sempre na memória de todos. Por mais inviável que pareça, não devemos deixar de acreditar que seja possível mobilizar a população a ter conhecimento do quadro político e de seus direitos de cidadania.

É justo realizar atos públicos, tendo em vista as reivindicações propostas como saúde e educação de boa qualidade e instabilidade nas tarifas de serviços públicos, pois em nenhum momento podemos cruzar os braços e aceitar tudo que é imposto pelos governantes do Brasil. Entretanto, deve-se haver antes de tudo, organização para a realização de atos constitucionais à procura de esclarecimentos na sociedade.

Por Trás do Blog

Nós, da Disciplina Gêneros Jornalísticos 2015.2, sedentos em produzir e dispostos a ouvir e sentir, nos propusemos a focar nossas lentes no dia a dia, no ordinário, naquilo que passa despercebido por muitos, e que pode virar uma boa história carregada de verdades, humanidade e sensibilidade. Convidamos você a nos acompanhar nessa experiência de ler as entrelinhas do dia a dia, porque com certeza ali encontraremos o extraordinário!

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