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Democracia para quem?

O ambiente caótico da política brasileira é assunto de conversas, discussões e debates por todo o país e não é de agora que o governo do PT vem sendo alvo da oposição revoltada. Os lados estão explicitamente divididos, manifestantes pró-impeachment defendem, sem fundamentação ou provas, a queda de um governo, se baseando apenas em promessas não cumpridas e no que eles declaram ser um péssimo governo, enquanto os defensores reais da democracia lutam contra o golpe que se aproxima cada vez mais da realidade brasileira.

O que ocorre é que grande parte dos cidadãos brasileiros não entende nada do assunto e seguem seus “líderes de opinião”, pessoas que possuem fala marcante em seus grupos de amizade, e assim seguem alienados, acreditando cegamente no modo de pensar dos outros. Para piorar essa alienação, temos a mídia que, com seu alto poder de influência, seleciona quem quer massacrar, quem quer deixar de lado e quem quer colocar no topo, entregando ao receptor o que eles querem que acredite, sem margem de formação de opinião própria. Quem diverge dessa opinião é criticado, julgado, condenado, até mesmo dentro de casa, a falta de respeito chegou a um nível crítico.

O jogo de poder é claro, se existe o risco de ser afetado, principalmente financeiramente, então não resta dúvida quanto a que lado escolher, o egoísmo é o fator-chave. Isso acontece não somente com os parlamentares, mas também com grande parte da população, que, culpam a presidenta Dilma Rousseff e declaram que sua saída é a solução para o fim da corrupção. Coitados!

Dilma vem sofrendo agressões verbais que refletem em sua imagem como mulher e em seu governo. São agressões que ignoram completamente sua história de sofrimento e luta pela democracia. Visivelmente injustiçada, a presidenta ainda busca o reconhecimento público de seu cargo conquistado por um processo democrático, denominado eleições. Outros agravantes se somam ao calvário de Dilma Rousseff, a pressão de uma direita chauvinista, com a desaprovação popular, de onde ecoam posicionamentos machistas, com a sombra de seu antecessor, o ex- presidente Lula, e com as manobras do judiciário.

Além de todos os problemas já citados, ainda temos uma ironia incrível dentro da política brasileira: a bancada evangélica. Com isso, é impossível não se perguntar o porquê de existir, dentro de um “estado laico”, como cita a Constituição Federal, deputados e senadores que tentam interferir, de forma religiosa, nas questões socio-políticas do país. Inclusive, o processo de votação para o impeachment da presidenta gerou, por parte dos que são contra o processo, uma revolta absoluta, já que estes mesmos políticos insistiram em usar sua religiosidade para justificar seus votos a favor, juntamente com todos os outros “argumentos”, como filhos, filhas, parentes e aniversariantes, que, claro, também não envolvem a democracia do país.

A abertura de processo de impeachment, sem provas concretas de que houve crime de responsabilidade por parte da presidenta Dilma Rouseff, pode se configurar, claramente, como uma tentativa de golpe de estado. Tal golpe é tão visível quanto o ódio que os líderes direitistas sentem pela presidenta e pelo seu governo que, com defeitos como qualquer outro, ajudou a potencializar a luta de minorias que, para eles, deveriam continuar caladas.

Por Trás do Blog

Nós, da Disciplina Gêneros Jornalísticos 2015.2, sedentos em produzir e dispostos a ouvir e sentir, nos propusemos a focar nossas lentes no dia a dia, no ordinário, naquilo que passa despercebido por muitos, e que pode virar uma boa história carregada de verdades, humanidade e sensibilidade. Convidamos você a nos acompanhar nessa experiência de ler as entrelinhas do dia a dia, porque com certeza ali encontraremos o extraordinário!

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